Já foi dito que pessoas de bom humor “contaminam” o ambiente com sua alegria. Saiba que isso também vale para as pessoas que reservam um tempinho do seu dia para fazer o bem ao próximo.

Quem conhece o filme A Corrente do Bem sabe o que é se emocionar com a história do jovem Trevor McKinney, interpretado pelo ator Haley Joel Osment, no qual ele cria um trabalho na escola chamado “Passe adiante”, onde cada pessoa teria que fazer o bem para três outras pessoas e, assim, conseguiria, literalmente, espalhar o bem ao mundo inteiro.

Se você não conhece o filme, não vou dar spoilers, pois indicamos que assista. Esse vale muito a pena!

Mas, o que queremos mostrar aqui é como um simples gesto de bondade pode transformar e trazer uma vida melhor não só as pessoas a sua volta como, também, a você mesmo.

Segundo a psicóloga do Hospital Caxias D’Or, Teresa Eder, é difícil imaginar que existam pessoas que não queiram transmitir o bem aos outros, mas, infelizmente, elas existem, e são pessoas que geralmente não tem o outro como perspectiva, pensam mais em si mesmas, nos seus objetivos de vida, deixando de ser e fazer coisas imediatas para pensarem apenas em coisas de longo prazo. Além disso, uma boa parte das pessoas não realizam realmente o bem a alguém pelo simples gesto de fazer, mas, sim, por esperar algo em troca.

Vivemos em sociedade e sim, pensamos em reconhecimento do outro. Desde pequeno fomos educados desta forma. Mas acredito que esse pensamento seja inicial, com o tempo, essa necessidade de ser reconhecido passa e dá lugar a um sentimento mais pleno e pessoal. - Teresa Eder

A psicóloga diz ainda que o que dificulta bastante atualmente é que estamos em um mundo cada vez mais egoísta, onde todos estão centrados para seus próprios problemas. E quando resolvemos ajudar o outro, esse foco ainda está sempre ligado apenas a alguém mais próximo de forma sentimental, como um amigo ou alguém da família. “E isso acontece até porque, muitas vezes, esbarramos com pessoas mal-intencionadas que se aproveitam do sofrimento para tirar proveito próprio”, lamenta.

No entanto, como podemos mostrar para as pessoas que praticar o bem faz com que elas se sintam realizadas? A Dra. Teresa diz que se pararmos para analisar iremos perceber esse bem-estar no nosso dia a dia. “Muitas pessoas acabam saindo de suas casas para fazer uma visita a um amigo que precisa de companhia naquele momento e, com isso, percebem como foi bom para elas e para o outro”, reflete a psicóloga que completa: “Fazer o bem é uma forma de olhar para o outro. Como ele vive? Do que precisa para ser feliz? Isso engrandece o ser humano”.

Por isso, que tal mudarmos a maneira como agimos hoje, pensando no bem do próximo? A Dra. Teresa Eder propõe um exercício: Olhe a sua volta. Veja quantas pessoas estão ao seu redor e você nem conhece. Olhe nos olhos de uma dessas pessoas e esboce um sorriso. Você se sentirá mais leve, com certeza!

Hoje em dia, segundo ela, temos ao nosso redor um arsenal de materiais eletrônicos que nos conectam com o mundo, mas nos faz esquecer de nos conectarmos com o ser humano que está ao nosso lado. “Estamos carentes de atenção. Então, seja gentil. Use o muito obrigado, o por favor, o bom dia, o boa tarde e o boa noite. Veja como isso mudará a sua vida e a do seu vizinho. Muitas vezes, isso é muito mais do que temos ao longo de muitos dias”, reflete.

A Dra. Tereza completa, contudo, que não precisamos sair de casa para fazer o bem. “Muitas vezes temos uma pessoa que trabalha em nossa casa, mas tem vergonha de dizer que não sabe ler. Ou fazer um troco. Leia para uma pessoa mais idosa ou para uma criança. Muitas vezes, elas não têm família ou a família trabalha. Tire um tempo para perguntar o que você pode ajudar ao outro. Guarde o celular. Olhe nos olhos!”.

 

Você sabe qual é a importância de
ações solidárias na sua sociedade?

O Dr. Jorge Moll Neto, diretor-presidente do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) foi o primeiro neurocientista no mundo a concluir que fazer uma boa ação ativa áreas do cérebro relacionadas com o prazer, o bem-estar e o sentimento de pertencimento.  João Ascenso, doutorando do instituto, relaciona o estudo à linha filosófica de Sócrates, Platão e Aristóteles. Eles afirmavam que a felicidade duradoura só é possível com práticas de virtudes como o altruísmo.


Texto: Juliana Klein / Foto: ©wk1003mike/Shutterstock.com

Written by viverfazbem