Uma longa discussão em torno do uso de uma das maiores redes sociais está sempre na mesa: afinal, ele é um amigo ou inimigo para amizades, famílias e relacionamentos?

As pessoas hoje “falam muito” no Facebook e, na maioria das vezes, falam o que pensam também pelos cotovelos. Isso pode parecer inofensivo, afinal, que mal tem expor o seu ponto de vista?  Em alguns casos nenhum, mas em outros isso pode passar dos limites, o que acaba ferindo as amizades e distanciando as pessoas. Saudável? Claro que não!

“As pessoas não mudam por estarem cara a cara ou na rede social. O que acontece é que a quantidade de informação na rede é muito intensa e a rapidez de resposta também, de forma que muitas vezes a pessoa se torna mais agressiva pela impulsividade com que reage”, opina a psicóloga da Clia Psicologia e Educação, psicóloga clínica da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e pesquisadora convidada do Departamento de Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade do IPUSP, Ana Paula Magosso Cavaggioni.

Ana Paula Magosso CavaggioniSegundo ela os extremismos e radicalismos sempre existiram, mas agora com a rede social, que atingem o conhecimento de um número maior de pessoas, isso acaba consequentemente sendo maior também, onde pessoas se colocam de forma muito agressiva. “Isso é prejudicial para essas pessoas de forma geral, pois provavelmente são pessoas que se irritam com muita facilidade na vida real também, provocando conflitos interpessoais, dificuldades de relacionamento e altos níveis de estresse para eles e para aqueles com quem convivem ou se relacionam virtualmente”, alerta Ana Paula.

Depressão facebookiana

Você sabia também que o uso excessivo do Facebook como também de outras redes sociais pode fazer mal à saúde física e emocional das pessoas?

Ana Paula diz que o acompanhamento dos posts dos amigos, segundo boa parte de estudos está significativamente relacionado a solidão, depressão e sentimentos de ressentimento. “Isso pôr levarem a uma comparação social que, pelo fato das pessoas terem o hábito de expor na maioria das vezes o lado bom de suas vidas, pode levar a sentimentos de inferioridade e frustração, especialmente se o contato pessoal estiver limitado, o que é normalmente o que acontece”, pontua.

As pessoas não percebem que as regras sociais devem aplicar-se também na vida virtual, por isso não preservam sua intimidade ou a dos outros, expondo-se demais.

Os 10 assuntos que geram mais
discussões negativas nas redes sociais

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Uma forma de evitar tudo isso segundo a psicóloga é se policiar para ficar menos tempo na frente da tela. Além disso, é importante ter cuidado ao expor as informações pessoais e fotos, procurar oferecer opiniões e comentários construtivos, pois preservar a intimidade é a melhor maneira de utilizar o Facebook de forma saudável. “Não tente passar-se pelo que não é, não fale nada que acredita que não teria coragem de falar pessoalmente, lembre-se que seu espaço termina onde começa o dos outros, regule o tempo que dedica aos relacionamentos virtuais e aumente o tempo dedicado às relações pessoais”, aconselha Ana Paula.

Desconecte um pouco!

Segundo dados divulgados pelo próprio Facebook, o brasileiro passa, em média, 775 minutos por mês no Facebook contra 346 minutos da média mundial. Na opinião da psicóloga Ana Paula Magosso Cavaggioni esse excesso no uso é o que faz com que o brasileiro não tenha a ferramenta de maneira saudável na sua vida.

Então, hora de refletir: Será que você não está passando muito tempo no Facebook? Será que já não perdeu algumas amizades por conta disso? E como está o seu relacionamento com a sua família?

Reflita e veja se não precisa buscar uma nova forma de viver com a era das redes sociais. Antes que seja tarde!


Texto: Juliana Klein / Foto: ©pathdoc/Shutterstock.com

Written by viverfazbem